segunda-feira, 15 de junho de 2009

GESTAR II PAULISTA



HOMENAGEM AO DIA DOS NAMORADOS


Poesia Matemática




Às folhas tantas do livro matemático um Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma Incógnita. Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a do ápice à base uma figura ímpar;


olhos rombóides, boca trapezóide, corpo retangular, seios esferóides.


Fez de sua uma vida paralela à dela até que se encontraram no infinito.


"Quem és tu?", indagou ele em ânsia radical. "Sou a soma do quadrado dos catetos. Mas pode me chamar de Hipotenusa.


"E de falarem descobriram que eram (o que em aritmética correspondea almas irmãs) primos entre si. E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento e da paixão retas, curvas, círculos e linhas sinoidais nos jardins da quarta dimensão.


Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana e os exegetas do Universo Finito.


Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.


E enfim resolveram se casar constituir um lar, mais que um lar, um perpendicular. Convidaram para padrinhos o Poliedro e a Bissetriz.


E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro sonhando com uma felicidade integral e diferencial.


E se casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos.


E foram felizes até aquele dia em que tudo vira afinal monotonia. Foi então que surgiu O Máximo Divisor Comum freqüentador de círculos concêntricos,viciosos.


Ofereceu-lhe, a ela, uma grandeza absoluta e reduziu-a a um denominador comum.


Ele, Quociente, percebeu que com ela não formava mais um todo, uma unidade.


Era o triângulo, tanto chamado amoroso.


Desse problema ela era uma fração, a mais ordinária.


Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade e tudo que era espúrio passou a ser moralidade como aliás em qualquer sociedade. (Millor Fernandes)

Nenhum comentário:

Postar um comentário